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Reportagem em destaque

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Storytelling: a arte de contar histórias

   Vou te contar o que é Storytelling, através de uma história. Usando da metalinguagem, você vai entender o que é a "arte de contar histórias" e como ela aparece na música, na literatura, nos filmes e nos jogos. 

Eu sou Joe Lambert e junto de Dana Atchley e Nina Mullen, fundei, em 1993, o Storycenter, que estuda as metodologias para a criação de storytelling. A partir disso, me tornei uma referência em storytelling, especificamente, na linguagem digital. No meu projeto inicial, "American Film Institute", estimulei pessoas a contarem as suas histórias voltadas para a linguagem digital e por conta disso o termo se popularizou. 

Contudo, é claro, o storytelling não surgiu comigo. Mídias, formas de expressão artística já contavam histórias muito antes de 1993. 

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   Volte 60.000 anos antes de Cristo, é de lá o vestígio da primeira flauta feita de ossos. O som artístico, a música, veio muito antes do termo "storytelling" e para a criação de uma música, que não seja apenas instrumental, é necessário, muitas vezes, usar do processo de criação que o storytelling sugere. Um ambiente, um conflito, um desfecho, um personagem, uma mensagem. Você com certeza pensou em alguma música, a sua favorita, a sua menos favorita, mas que te lembra essas características. Compor não é tão simples, assim como contar histórias também não é tão fácil. Exige uma habilidade de sintetização que nem todos temos. Já contaram a você uma história que não te prendeu? Fica dando voltas e voltas, ou o desfecho é péssimo? Nisso o storytelling não é efetivado. 

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   O doutor em composição musical pela Universidade do Rio Grande do Sul, João Francisco de Souza Corrêa e a aluna Bruna Caroline de Souza explicam sobre isso. Pois, mesmo que eu seja o diretor executivo do Centro de Digital Storytelling, caro leitor, eu não sou musicista. 

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   Acompanhe, nessa primeira parte da reportagem "Storytelling: a arte de contar histórias", escrita pelo grupo de jornalistas - em formação -, do Marcador de Ideias, na editoria "Música".

O storytelling dentro das canções

   Depois de conhecer sobre o storytelling na música, vou te convidar a ir além. Saia de 60.000 a.C e vá até 2.000 anos antes de Cristo, daí é datada a obra literária mais antiga da literatura, a Epopeia de Gilgamesh, que é um poema épico mesopotâmico. Claro que a escrita surgiu bem antes disso, em 3500 a.C. Contudo, embora escrita e literatura estejam conectadas entre si, não são a mesma coisa. Por isso, ambas não têm a mesma datação. Assim como storytelling e narrativa não têm o mesmo significado. A narrativa está dentro dessa "contação de histórias". Não é porque tem uma história dentro do livro que esse livro tem todas as características do storytelling, a composição de um livro está muito relacionado ao público que aquela obra está destinada. O storytelling não aparece apenas no ato da contação de história. Talvez você não saiba, porque eu ainda não mencionei nessa introdução, mas a área que o Storytelling mais aparece é no Marketing e o objetivo de uma proposta vinculada ao marketing é vender produtos ou serviços. O storytelling na literatura não está vendendo a história de forma física, mas sugerindo que você se apegue a ela. O storytelling na literatura é usado para transmitir sentimentos, uma mensagem. Quando alguém escreve uma história quer que o leitor simpatize com a narrativa, com o personagem principal e secundários, com a ambientação, com o desfecho. São esses os elementos do storytelling.

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   Se você quer saber mais sobre storytelling na literatura e ler um pouco mais sobre narrativas, a mestre e doutora em Literatura pela Universidade de São Paulo e autora de ensaios como o posfácio de "A esperança vem do plural", da edição de 1984 de George Orwell, Débora Reis Tavares, explica um pouco mais sobre isso. Junto dela, a também escritora, mestre em Artes pela Universidade de Brasília, especialista em contos e literatura, Leila de Souza Teixeira complementa o conteúdo. 

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   Acompanhe, a sequência da reportagem, produzida pela equipe do Marcador de Ideias, "Storytelling: a arte de contar histórias" na editoria "Literatura"

A arte de contar histórias na literatura

   O cinema, em comparação com a música e a literatura, demorou para ser desenvolvido. Apenas em 1895, os irmãos Louis e Auguste Lumière projetaram pela primeira vez uma película, em Paris. "Sortie de L’usine Lumière à Lyon" foi considerado a primeira obra cinematográfica, embora seja um curta-metragem de apenas 45 segundos de duração. Com conteúdo insuficiente para ser encaixado no storytelling (não que se trate de quantidade de tempo, como você já descobriu nas matérias sobre música e literatura). São determinados elementos e determinadas narrativas que, de fato, contam uma história. Há ali um personagem cativante, uma ambientação definida, ações cotidianas que fazem com que você, leitor, se sinta representado, criando uma simpatia e empatia pelo conteúdo cinematográfico.

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   O diretor de TV e cineasta, que criou, nos seus 20 anos de carreira, produções nacionais e internacionais, Fulvio Maia e o também diretor e cineasta, doutor em Cinema pela Universidade de Paris, Carlos Gerbase, explicam sobre o storytelling na filmografia.

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   Na editoria "Cinema/filmes" você vai encontrar a parte da reportagem "Storytelling: a arte de contar histórias", feita pelo Marcador de Ideias, dedicada aos audiovisuais.

O storytelling nas telas

   Você pode achar que todo jogo eletrônico usa o storytelling, afinal, eles têm uma narrativa. Contudo, não é o suficiente. Por vezes, o jogo simplesmente foi feito para ser jogado por poucos minutos, sem a necessidade do jogador passar horas naquele ambiente, buscando um conflito, se sentindo cativado e instigado pelo jogo. Há ali uma narrativa, mas não há um storytelling.

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   Porque essa técnica não é usada apenas para contar histórias, como você já acompanhou ao longo da reportagem. O storytelling busca fazer o usuário se identificar com aquele produto que utilizou esse método e instiga-lo a passar o maior tempo possível consumindo. Contudo, o storytelling não é somente sobre estimular o emocional, afinal, toda comunicação produz estímulos e sentidos, mas essa técnica provoca emoções, em maior ou menor escala, dependendo da mídia e da forma como é usada. Por exemplo, um jogo que usa imersão e Realidade Virtual consegue, em maior escala, atingir esse público. Mas claro que, antes disso, foi necessário criar jogos mais básicos.

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   Algumas décadas depois da criação do cinema, o primeiro jogo eletrônico foi desenvolvido. O jogo "Tennis Programing", também conhecido como "Tennis for Two", foi lançado em 1958, projetado pelo físico Willy Higinbotham, o qual simula uma partida de tênis. Esse foi um jogo sem storytelling dentro do produto, contudo, se você analisar o cenário social, técnico, econômico e político, vai compreender que embora não haja uma contação de histórias dentro do jogo, há uma narrativa real fora do jogo, o qual explica a importância desse momento, a qual reflete no hoje. Afinal, 40% da população mundial, atualmente, joga eletrônicos. 

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   Com o passar dos anos, novos jogos foram desenvolvidos e todos eles têm o objetivo de serem jogados, mas alguns, mais longos, contam uma história e cumprem com os requisitos do storytelling. Na parte final da reportagem "Storytelling: a arte de contar histórias", do Marcador de Ideias, se informe sobre como essa técnica aparece nos jogos.

Jogos eletrônicos e o storytelling

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